Gerir um negócio requer algumas conhecimentos e competências que na grande maioria das vezes não estão presentes no empreendedor que teve uma ideia ou que possui um know-how em algum mercado.
Empreender requer visão, paixão e uma dose enorme de resiliência.
Requer principalmente vontade de realizar algo que mude a vida das pessoas e faça diferença no mundo.
Gerir uma empresa requer equilíbrio, perfil analítico, conhecimento de processos e principalmente boa gestão de gente.
Em minha experiência com a V8W, empresa que atua na gestão estratégica baseada em dados e nas mentorias que faço com donos de negócios, verifico em boa parte das vezes, que o empreendedor está sacrificando o resultado da empresa e o potencial dele próprio como líder do projeto por dois motivos :
1) O empreendedor tenta suprir a necessidade de gestão através dele mesmo ou de pessoas que não possuem o know-how necessário para a função,
2) O empreendedor deixa essa competência quase que vazia, mantendo apenas o básico.
Nos dois casos, enquanto os negócios aparentemente correm bem, o empreendedor vai levando. São muitas coisas para atuar e a margem que possui acaba suprindo a ineficiência de gestão. Porém na primeira crise aguda ou ao longo do tempo com as mudanças de mercado ou entrada de novos concorrentes, a margem cai e os recursos começam a ficar escassos. Nesse momento, o problema começa no fluxo de caixa operacional. Atrasos em pagamentos para fornecedores, dificuldades de investimentos em marketing e outras questões começam a fazer parte da rotina da empresa. Por fim, o próprio empreendedor passa a ter dificuldades de retiradas do negócio. É nesse momento que o endividamento ocorre.
A opção para suprir o gap no caixa é obter recursos em fornecedores financeiros com custos geralmente altos , o que dificulta ainda mais a operação, ja que a margem que já diminuiu, vai ficar ainda ainda mais comprometida. Nesse momento, há a consciência de que é necessário que um especialista atue para reorganizar as contas e gerir a mudança do status atual para uma recuperação financeira.
O que não é simples porque o problema se estendeu por quase toda a empresa. Margens baixas, endividamento alto e impossibilidade de investimento criam dificuldades para o gestor recolocar o negócio na rota adequada.
Tudo isso poderia ser evitado, se o empreendedor tivesse consciência que o seu papel é pensar no negócio como marca e atuar na inteligência de mercado enquanto uma outra pessoa, departamento ou empresa deveriam atuar na organização, controle e gestão financeira, dando ao empreendedor informações e ferramentas para tomar decisões de forma segura e otimizada.